Iniciativas na Europa visam recuperar metais raros de resíduos industriais

A Europa como um todo é uma região a qual possui poucas fontes de metais raros, dessa forma pesquisadores estudam como garantir o fornecimento dessas matérias-primas para a indústria local. Esse assunto é muito importante, visto que alguns países da região ficam muito dependentes daqueles que mineram esses metais, como Brasil, África do Sul, Estados Unidos, China, Rússia, Cazaquistão e Turquia. Assim, hoje iremos falar sobre projetos que visam recuperar metais de aterros de resíduos industriais.

Obtenção de metais raros a partir de reciclagem de resíduos industriais. Fonte: Slag heap at Rammelsberg / Goslar by B.Nunold is licensed under CC BY-SA 4.0.

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O contrastante cenário da reciclagem no Brasil

De um lado, o Brasil é há mais de dez anos o país com o maior índice de reciclagem de latas de alumínio do mundo, com desempenho sempre superior a 90%. Recicla também em torno de 92% dos pneus e 70% do papelão que produz e é o país que promove a maior variedade de aplicações para PET reciclado. Por outro lado, o mesmo país tem um padrão de descarte equivalente ao dos países mais pobres do globo, pois apenas 40% dos resíduos vão para o local adequado, nível semelhante ao da Nigéria.  O restante dos resíduos é destinado para lixões a céu aberto ou deixa de ser reciclado, o que contrasta com o nível elevado de geração de lixo que o Brasil possui, que é similar ao de países desenvolvidos como Coréia do Sul e Japão. Continue reading O contrastante cenário da reciclagem no Brasil

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Reciclagem de isopor: mito ou verdade?

O popular isopor é o nome comercial de dois tipos de polímeros, o EPS (poliestireno expandido) e o XPS (poliestireno extrudado), os quais estão muito presentes em nosso dia a dia. O EPS é comumente utilizado como embalagens protetoras de equipamentos, isolante acústico e em brinquedos, por exemplo no preenchimento de ursos de pelúcia. Já o XPS, uma espuma mais rígida, é mais utilizado na indústria alimentícia, especialmente para a fabricação de bandejas e copos. Apesar do contato diário com este material, apenas 7% dos brasileiros sabem que o isopor é 100% reciclável, mostram os dados da empresa paulista Meiwa. Isso faz com que a maior parte das aproximadamente 60 mil toneladas anuais que são produzidas no Brasil seja enviada aos aterros sanitários. Imagine o quão leve é um isopor e tente mensurar o volume que todo esse material irá ocupar nos aterros! Uma dica? Aproximadamente 25% do volume total desses locais!

Se o material causa tamanho impacto ambiental e é reciclável, por que então sua reciclagem ainda não é consolidada?

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Como é feita e qual a importância da reciclagem do vidro

Se olharmos quanto tempo um vidro demora para se decompor em comparação com um plástico, vemos que sua vida é estimada pelo dobro de tempo da do polímero, mas então por que é muito mais sustentável utilizar vidros?

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Fonte imagem: Anavidro

Pelo simples fato dos vidros serem 100% recicláveis! Os polímeros não são totalmente recicláveis, além disso para recicla-los não podemos misturar dois tipos diferentes e também é muito difícil de identificar rapidamente qual o tipo que foi utilizado. Já garrafas de vidro com cores diferentes por exemplo podem passar pelo processo juntas sem nenhum problema químico, mas com a mistura de cores a cor resultante do vidro não possui grande valor agregado. Vidros com diferentes colocações misturados não causam um grande problema porque sua composição química é muito semelhante, o que muda nas composições é a porcentagem em massa ou ausência de alguns óxidos, os quais chamamos de cromóforos. À medida que temos um aumento da porcentagem de óxido de ferro, o vidro passará do transparente para o marrom, por exemplo. Vale lembrar também que vidros de espelhos, de lâmpadas, de carros ou do tipo pirex não podem ser misturados com os vidros de embalagens, que geralmente são do tipo sódio-cálcico.

A maior parte dos resíduos vítreos produzidos na Europa já são reciclados, mas infelizmente essa ainda não é a realidade do Brasil! Aqui menos de 50% são reciclados e 7 toneladas de vidro são descartados todos os meses em São Paulo, ou seja, quilos e mais quilos de matéria-prima para novos produtos são simplesmente jogados no lixo todos os dias. Ainda, a reciclagem de 1 tonelada evita que 1300 Kg de areia sejam extraídas.  É um desperdício e tanto, né? Sem contar que a extração de areia causa muitos problemas ambientais, como por exemplo a rápida degradação dos rios.

Uma das principais vantagens do reprocessamento do vidro, além da questão ambiental, é que esse processo economiza grande quantidade de energia. Para produzir 1 kg de vidro novo são necessários 4500 kJ, enquanto que para produzir 1 kg de vidro reciclado necessita-se de 500 kJ!

Além disso o processo de reciclagem é muito simples: Quando o material chega na empresa ele passa por um processo de lavagem, para retirar os resíduos. Logo em seguida o vidro passa por um processo de trituração e então é refundido. As temperaturas ideais para a fabricação de um vidro novo ficam por volta de 1500 a 1600°C, já a refusão do material pode ser realizada por volta dos 1000°C, como comentado anteriormente irá reduzir muito os gastos com energia. Com isso, os vidros novamente são transformados em produtos, como embalagens e espumas vítreas, sem nenhuma diferença de desempenho em relação ao vidro produzido pela primeira vez.

Se a logistica de recolhimento de resíduos fosse melhor no nosso país e a população como um todo fosse conscientizada, com certeza a porcentagem de materiais reciclados no Brasil, não só vidro, seria muito maior. Outro fator é que os empresários do ramo de reciclagem preferem reciclar alumínio, que é um material com valor agregado bem maior, então gerará lucros bem maiores!

Referência utilizada

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