A primeira vez que o grafeno foi produzido foi em 2003 pelos cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov na University of Manchester na Inglaterra. Desde lá várias reportagens saíram nomeando-o como um dos materiais mais promissores, como o material do século e prometendo grandes mudanças no nosso cenário tecnológico mundial. Dessa maneira eles ganharam o prêmio Nobel de Física do ano de 2010 pelos os seus estudos inovadores com grafeno. E depois de todo esse tempo, por onde andam as pesquisas?
Bom, primeiro é muito importante entender porque esse material possui tanto investimento em pesquisas relacionadas: Umas das incríveis propriedades dele é que ele é aproximadamente 200 vezes mais forte que o aço, além de poder suportar 50000 vezes o seu próprio peso, ou seja, o material mais resistente à tração já testado. Além disso ele possui uma densidade muito baixa comparado aos metais e volta a sua forma original após ser comprimido em até 80%. Ainda mais, as suas propriedades eletrônicas superam as do silício, pois ele é um semi-condutor com um GAP nulo, além de ter uma resistividade menor do que a prata, é duas vezes mais condutor térmico que o grafite pirolítico e por fim possui propriedades ópticas únicas! Isso se deve ao fato que ele possui uma estrutura hexagonal de distribuição dos seus átomos individuais, que irá gerar uma folha plana que pode ser transformada em nanotubos de carbono ao serem enroladas.
Esquema da estrutura do grafeno. Fonte
Se ele é um material tão bom assim, por que ainda não é comum vermos produtos feitos de grafeno?
O principal desafio hoje nas pesquisas é produzi-lo em quantidades comerciáveis e manter todas essas propriedades descritas anteriormente durante o processo. Essa grande dificuldade de fabricação tem origem no fato que a folha do material tem a espessura muito pequena, que atualmente só é produzida em laboratório. Algumas das pesquisas que envolvem o processo de fabricação consistem em deposição química em fase vapor (CDV), freeze casting, plasma e esfoliação. Essa última consiste em menores custos, ou seja, é a que está mais perto de se transformar em uma produção de grande escala.
No vídeo abaixo a Physics World entrevistou o centro de estudos na University of Manchester. Nele é explicado um dos processos manuais que pode-se obte-lo, é citada algumas de suas propriedades e também uma das possíveis aplicações, como dispositivos flexíveis, chips para computadores e em baterias.
Uma das únicas instituições de ensino que estudam o grafeno no Brasil é a Mackenzie, que possui seu centro de pesquisa sobre grafeno e nanomateriais, o Mackgraphe, criado em 2013. O principal objetivo deles é executar a síntese do material através dos processos mencionados anteriormente, esfoliação e CDV.
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