Resolvendo o problema das células combustíveis!

Um dos grandes problemas hoje da sociedade está relacionado com a geração de energia e com métodos que sejam sustentáveis. Por isso cada vez mais são feitas novas pesquisas com métodos alternativos de geração de energia, como as SOFC, ou célula de combustível de óxido sólido. Esses são dispositivos que irão produzir energia elétrica através da oxidação direta de um combustível e eles funcionam basicamente como uma bateria:  Nele existem dois eletrodos separados por um eletrólito condutor, que nesse caso é constituído por uma cerâmica. O cátodo será alimentado por ar, onde as moléculas de oxigênio ficarão com elétrons extras, assim essas moléculas passarão através da membrana até o ânodo carregado positivamente, onde eles irão reagir com as moléculas do combustível e gerará água, energia e CO2. Enquanto ocorre essa reação, o dispositivo continua bombeando energia elétrica. As suas principais vantagens são grande eficiência, grande estabilidade, flexibilidade de combustível e baixíssimas emissões. Ademais, elas podem ser utilizadas em uma grande variedade de aplicações, como auxiliares de geração de energia em veículos.

Esquema células combustíveis. Fonte
Esquema células combustíveis. Fonte

Nas células convencionais, a membrana é feita de YSZ, uma cerâmica que é estabilizada quando em temperatura ambiente é adicionado óxido de ítrio à estrutura cristalina do dióxido de zircônia. Essas células operam com sua máxima eficiência entre 800 e 1000º C, isso significa que temos que usar materiais com uma grande resistência térmica, o que faz esse sistema ser caro e se tornar pouco utilizado. Por isso, os cientistas buscam um material alternativo para esse problema e eles finalmente encontraram!

O material que é estudado é o BZY, porém a grande questão era que geralmente os materiais cerâmicos são queimados acima de 1700º C, entretanto nessa temperatura o bário é vaporizado, por isso se torna difícil a mistura uniforme da cerâmica. Para solucionar esse problema Bryan O’Hayre, cientista da Colorado School of Mines in Golden, e sua equipe desenvolveram uma técnica chamada de sinterização reativa de estado sólido (na tradução literal) que consiste em realizar a mistura em menores temperaturas. Isso pode ser obtido ao adicionar à mistura óxidos de níquel e de cobre, assim eles reduzem a temperatura para 1450º C, inferior a evaporação do bário.

Os pesquisadores falaram na revista Science de Julho de 2015 que a descoberta praticamente dobrou a potência produzida por uma única célula de SOFC. Além do mais, a temperatura ideal de trabalho dessas células é aproximadamente à 500º C, bem inferior ao comparar com as feitas com YSZ. Porém elas ainda não estão prontas para a escala industrial, pois apenas foram produzidas células individuais, e nos dispositivos comerciais são utilizadas várias interconectadas. Então torcemos para que sejam tão eficientes quanto as individuais, para torna-las economicamente viáveis e assim poderemos usufruir das suas vantagens!

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