Nióbio: a riqueza do Brasil

Você sabe qual é o segundo metal mais exportado pelo Brasil? É o nióbio, totalizando um ganho de quase dois bilhões de dólares em 2012. Porém o que ele é, quais são suas principais aplicações e qual o cenário brasileiro do nióbio?

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O que é o nióbio?

O nióbio (Nb) é um elemento químico presente na família 5A da tabela periódica, com o número atômico 41 e com a massa atômica igual a 92,9.  Ele é um dos metais mais resistentes à corrosão e é supercondutor.

O nióbio foi descoberto em 1801 por Charles Hatchett, quanto pesquisava uma espécie nomeada por ele de columbita. Ele aqueceu a amostra com carbonato de potássio, dissolveu o produto em água, adicionou ácido e dessa forma resultou em um precipitado. Ele imaginava que existia algum metal desconhecido na mistura da columbita, porém mesmo com os experimentos citados acima, ele não conseguiu comprovar. Acredita-se apenas que a columbita estudada por ele continha nióbio e tântalo.

Anos mais tarde, em 1864, Christian Blomstrand conseguiu reduzir o cloreto de nióbio e finalmente chegar no material.

Em 2014, aqui no Brasil, foi descoberto um novo mineral que possui nióbio em sua composição. Já falamos dele aqui no blog.

Quais suas principais aplicações?

O nióbio é um material muito importante hoje para diversas indústria, como na automotiva, aeronáutica aeroespacial, bélica, nuclear, eletrônica e até em piercings.

Uma das principais aplicações para o nióbio é como elemento de liga para aços. Hoje a indústria está interessada em aumentar a resistência mecânica dos aços, sem perder outras propriedades importantes como tenacidade, soldabilidade e conformabilidade. Assim, surgiu o aço microligado com nióbio que exibe uma boa combinação dessas propriedades. Isso ocorre porque o nióbio possui afinidade com o carbono e com o nitrogênio, gerando carbonitretos ou carbonetos. Ao formá-los, o carbono não ficará nos interstícios dos grãos, o que faz com que a ductilidade do material aumente e também possua maior conformabilidade. Porém ele ainda será resistente, devido a formação de carbonetos que interagem com as discordâncias do material.

Ademais, o nióbio pode ser utilizado na fabricação de capacitores para circuitos eletrônicos, proteção catódica, turbinas que operam em altas temperaturas, em cerâmicas eletrônicas e lentes de câmeras.

Qual é o cenário do nióbio brasileiro?

98% das reservas de nióbio do mundo inteiro estão no Brasil e atualmente 90% do comércio mundial de nióbio é nosso. Dessa forma, o nióbio é realmente um fonte de riquezas para o nosso país. Entretanto há um grande medo que o Brasil não aproveite bem o seu potencial.

Hoje não é comprovado que o Brasil vende o nióbio com um preço abaixo do valor da bolsa, nem que as nossas reservas estão prestes a acabar, como dizem os mitos por aí. As reservas que exploramos hoje têm a durabilidade estimada de 200 anos e ainda existem várias que não exploramos.  Além disso o minério é vendido na forma processado na forma de liga ferro-nióbio e não na sua forma bruta, o que gera mais um ganho econômico para o país.

As principais exploradoras desse mineral hoje são as empresas CBMM e também a Mineração Catalão de Goiás da empresa britânica Anglo American. Assim, é claro que ainda temos o que melhorar na extração de nióbio, como por exemplo, beneficiar mais empresas brasileiras no processo.

 

Referências

CBMM – Usos e usuários finais de nióbio

G1 – ‘Monopólio’ brasileiro do nióbio gera cobiça mundial, controvérsia e mitos

Applications for niobium

Niobium

 

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