E-papers – os papéis eletrônicos

Apesar de serem flexíveis, utilizarem os mesmos pigmentos das impressoras e levarem o termo “papel” em seu nome, os e-papers diferem bastante dos papéis que conhecemos. Em nosso texto de hoje explicaremos o que são e quais os segredos por trás de seu funcionamento.

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Imagine que você está escrevendo algo em seu caderno e lembre da vividez com que o traço de sua caneta é marcado no papel. Agora imagine isso em uma forma digital e você estará olhando para um e-paper. Esses dispositivos, apesar de serem considerados modernos, baseiam-se em um processo que já é conhecido desde a década de 30 e que une física, química e eletrônica, a eletroforese. Em outras palavras, os papéis eletrônicos possuem moléculas carregadas dispersas em um fluido e que podem se movimentar, se separar umas das outras por ação de um campo elétrico. O que faz os e-papers  tão diferentes das telas que  vemos por aí, no fim das contas, é que essas “moléculas” são na verdade pequenas cápsulas de tinta.

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Pigmentos em uma cápsula de papel eletrônico preto e branco

Cada e-paper possui milhões de cápsulas contendo pigmentos, cujas partículas são mais ou menos da espessura de um fio de cabelo. Os pigmentos dentro de uma cápsula além de serem de diferentes cores, possuem também cargas elétricas distintas. Por essa razão, na presença de um campo elétrico essas partículas irão se comportar de formas distintas e consequentemente a superfície do e-paper poderá assumir diferentes cores em função do campo aplicado, de acordo com as cores das partículas que sobem para a superfície da cápsula ou escondem-se no fundo desses recipientes. Nas versões mais simples de dispositivo, em preto e branco, só existem duas tonalidades de pigmento, sendo as partículas brancas positivamente carregadas e as pretas, negativamente. Assim, dependendo do campo elétrico aplicado em cada região, ela pode assumir a cor branca ou preta, tornando possível escrever textos, representar ilustrações, etc. A vantagem é que uma vez “configurado” para mostrar o que se deseja, o e-paper não consome mais energia, diferentemente das telas de computadores e smartphones que necessitam sempre de energia para que possamos ver seu conteúdo. As telas de LCD, por exemplo, precisam ter seu conteúdo recarregado mais de 30 vezes por segundo. Desse modo têm a desvantagem de gastar muita energia, o que difere bastante dos papéis eletrônicos, que têm a eficiência de energia como uma de suas maiores vantagens. A diferença se deve ao fato de que a luz emitida por e-papers provém de pigmentos, os quais têm sua cor originária da reflexão de luz externa, luz do ambiente. Assim, como só necessitam de energia para ativar o campo elétrico no momento da troca de imagem, os papéis eletrônicos podem ficar semanas sem ter a bateria recarregada, além de serem foscos como os papéis convencionais, o que ajuda a evitar poluição visual.

Onde encontrar esse produto? Na verdade eles estão mais perto de você do que você imagina. Se você tem ou conhece alguém que tenha um Kindle, por exemplo, então você já viu de perto essa maravilha funcionando e agora sabe que é muito mais do que uma “tela fosca” como todas as outras, é o papel, lápis e borracha modernos. Além do Kindle, em alguns lugares os e-papers já vêm sendo utilizados em semáforos de pedestres, etiquetas de produtos, outdoors interativos, decoração e muito mais. E a tendência é que continuem a crescer, projeções mostram  um mercado de 8,6 bilhões de dólares para dispositivos de papel eletrônico no ano de 2022.

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Relógio de e-paper
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Com uma única folha, é possível representar no calendário todos os próximos incontáveis meses que vierem

Fontes:

Electronic paper explained: what is it and how does it work? – Visionect;

RAMOS, F.L.C, SAMPAIO, C.A.C. O papel eletrônico. Curso de especialização em Gestão Empresarial e Estratégias de Informática – Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG).

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