O popular isopor é o nome comercial de dois tipos de polímeros, o EPS (poliestireno expandido) e o XPS (poliestireno extrudado), os quais estão muito presentes em nosso dia a dia. O EPS é comumente utilizado como embalagens protetoras de equipamentos, isolante acústico e em brinquedos, por exemplo no preenchimento de ursos de pelúcia. Já o XPS, uma espuma mais rígida, é mais utilizado na indústria alimentícia, especialmente para a fabricação de bandejas e copos. Apesar do contato diário com este material, apenas 7% dos brasileiros sabem que o isopor é 100% reciclável, mostram os dados da empresa paulista Meiwa. Isso faz com que a maior parte das aproximadamente 60 mil toneladas anuais que são produzidas no Brasil seja enviada aos aterros sanitários. Imagine o quão leve é um isopor e tente mensurar o volume que todo esse material irá ocupar nos aterros! Uma dica? Aproximadamente 25% do volume total desses locais!
Se o material causa tamanho impacto ambiental e é reciclável, por que então sua reciclagem ainda não é consolidada?
Primeiramente pela falta de conhecimento, com que faz que grande parte do material não seja separado para reciclagem, mas sim colocado no lixo comum. Outro fator é que a venda de materiais para a reciclagem é feita por peso de material. Como o isopor é um polímero que é expandido por um gás, torna-se pouco denso e uma quantidade bastante grande precisa ser acumulada para ser possível ganhar a mesma quantidade de dinheiro adquirida por outros materiais em quantidades bem menores. Dessa forma, muitos catadores de lixo e empresas de reciclagem desistem de se dedicar ao material.
Como é feita a reciclagem?
Existem três tipos principais: mecânica (material é transformado em matéria-prima), energética (transformado em energia) e química (transformado em óleos e gases). A mecânica é a mais utilizada para o isopor. Nesse processo o polímero é primeiro separado e limpo, depois passa por um processo de retirada de gás, sendo reduzido a flocos e, por fim, é derretido e granulado, tornando-se uma nova matéria prima para uma ampla gama de produtos. Alguns exemplos são blocos de construção, solados de sapato, rodapés, molduras, brinquedos e materiais escolares. Só há uma limitação desta matéria prima com o que diz respeito à indústria alimentícia, não podendo ser reaproveitada para embalar alimentos.
Reciclagem mecânica de isopor. Créditos: gestordoocio
No que diz respeito à reciclagem energética, o poliestireno tem um alto poder calorífico, conseguindo recuperar uma quantidade interessante de energia. Após passar por um processo de queima em usinas térmicas, o isopor se transforma em gás carbônico e vapor d’água. Desse modo, não existem riscos à saúde humana e ao meio ambiente e o impacto ambiental é menor do que se o material for levado ao aterro, onde também irá liberar gases durante sua degradação mas ocupará espaço e não fornecerá energia.
Por fim, se passar por reciclagem química o isopor dá origem a uma gama totalmente diferente de produtos, tais como colas, solventes, gases e óleos. Com isso, pode-se ver a versatilidade dos processos de reciclagem e dos produtos que os mesmos originam. Ainda assim, grande parte dos resíduos que produzimos e têm grande potencial de reutilização ainda são desperdiçados indo para o lixo comum. Muitas vezes nos sentimos impotentes para fazer algo a respeito, porque a cadeia de reciclagem não depende apenas de nós como indivíduos, mas também de pessoas intermediárias e empresas. No entanto, temos um papel muitíssimo importante porque a reciclagem começa em nossas casas: Se não enviarmos os produtos ao local correto, nunca haverá uma demanda suficiente para fazer com que sua reciclagem valha a pena. A conscientização e seleção correta dos resíduos depende sim de nós. Vamos juntos fazer da reciclagem um processo mais forte e popular?
Não deixe de conferir:
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Fontes:
Saiba como é o processo de reciclagem do isopor;
Show.
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Indicado.